O Luto e o Estoicismo
- anguloestoico
- 6 de dez. de 2020
- 2 min de leitura
“O tempo é como um rio, uma corrente violenta de eventos, deslumbrante, passando por nós”
- Marco Aurélio
Por estarmos vivendo em um momento de pandemia, a probabilidade de termos que lidar com o luto é muito alta. Pode ser que você sofra com isso ou tenha que confortar algum conhecido nesse momento.
Como o estoicismo encara o luto:
Muitos acreditam que o estoicismo é uma filosofia que nos ajuda a reprimir nossos sentimentos e tentar não os demonstrar aos que estão próximos de nós. Na verdade, ao contrário disso, o estoicismo nos ensina que sentimentos e emoções são inerentes de humanos e que devemos aprender a lidar com eles de forma com que não possam controlar a qualidade de nossas vidas.
O que Sêneca diz, na carta 99, sobre o luto:
“Quer dizer que agora, neste momento, estaria eu aconselhando você a ter um coração duro, desejando que você mantenha seu semblante imóvel na cerimônia fúnebre e não permitindo que sua alma sinta mesmo uma pitada de dor? De modo algum! Isso significaria insensibilidade e não virtude – participar da cerimônia de enterro daqueles próximos e queridos com a mesma expressão que você vê suas formas vivas e não mostrar nenhuma emoção pela primeira privação de seus familiares. Ainda assim, suponha que eu proíba você de mostrar emoção, há certos sentimentos que reivindicam seus direitos próprios. As lágrimas caem, não importa como tentamos controlá-las e, sendo derramadas, aliviam a alma”.
Nessa carta, Sêneca deixa bem claro como o estoicismo interpreta o luto; temos sentimentos que irão nos afetar e isso é normal e aceitável perante a filosofia estoica. O que não podemos esquecer é a existência da ordem natural das coisas; nossas vontades não ditam se vai chover ou fazer frio, nem sol ou calor. O que nos resta é somente aceitar esses acontecimentos externos a nós. Na verdade, podemos ir além disso; devemos amar nosso destino, pois as coisas acontecem exatamente como devem acontecer.
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