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“Talvez sim, talvez não. Veremos.”: Como o estoicismo mudou a minha vida

Existe um provérbio chinês mais ou menos assim ...


Um fazendeiro e seu filho tinham um cavalo que ajudava a família a se sustentar. Um dia, o cavalo fugiu e seus vizinhos exclamaram: "Seu cavalo fugiu, que sorte terrível!" O fazendeiro respondeu: “Talvez sim, talvez não. Veremos."

Poucos dias depois, o cavalo voltou para casa, levando algumas éguas selvagens de volta para a fazenda. Os vizinhos gritaram: “Seu cavalo voltou e trouxe vários cavalos para casa com ele. Que sorte!” O fazendeiro respondeu: “Talvez sim, talvez não. Veremos."

Mais tarde naquela semana, o filho do fazendeiro estava tentando quebrar uma das éguas e ela o jogou no chão, quebrando sua perna. Os aldeões gritaram: "Seu filho quebrou a perna, que sorte terrível!" O fazendeiro respondeu: “Talvez sim, talvez não. Veremos."

Algumas semanas depois, soldados do exército nacional marcharam pela cidade, recrutando todos os meninos saudáveis ​​para o exército. Eles não levaram o filho do fazendeiro, ainda se recuperando do ferimento. Amigos gritaram: "Seu filho foi poupado, que sorte tremenda!" Ao que o fazendeiro respondeu: “Talvez sim, talvez não. Veremos."


O fazendeiro é um ótimo retrato de como é ser um estoico. Essa filosofia nos ensina a não sermos controlados por nossas emoções momentâneas, tampouco deixar com que eventos que não estão sob nosso controle ditem o quão felizes nós somos. Se certas situações que acontecem conosco são boas ou ruins, somente o tempo nos responderá.


MINHA HISTÓRIA


Apesar de saber do que o estoicismo se tratava desde minha adolescência, fui dar atenção para essa filosofia somente durante pandemia, quando nos encontramos abalado por algo que controlaria e mudaria nossa maneira de viver. Mas foi nesse momento que encontrei a fuga dessa situação e de muitas outras que me dominavam. Descobri que eu não precisava me mudar ou fugir fisicamente para um outro lugar para ser feliz e livre de ansiedade, mas que esse escape estava dentro mim, na maneira que eu reagia as coisas externas a mim e eu era o único responsável por não deixar que essas crises controlassem o meu humor e qualidade de vida.

No ano de 2019, minha noiva e eu havíamos planejado morar na Irlanda. Fizemos tudo o que deveríamos fazer; guardamos dinheiro, comprei um curso e ela decidiu ir para Itália para dar início ao processo de cidadania, pois é descendente de italianos. Passamos o ano inteiro planejando e em outubro de 2019 nós viajamos para Itália.

Os problemas começaram quando fizemos nossa viagem para Irlanda em novembro; por descuido meu, acabei não levando os documentos necessários para poder me registrar como intercambista na imigração irlandesa e, por esse motivo, fiquei no país como turista, tendo que voltar para a Itália com minha noiva após apenas 15 dias apenas em Cork, perdendo uma parcela do dinheiro que havia investido no curso.

Como já estava excedendo o tempo permitido para turistas na Europa e eu não estava estudando, tivemos que mudar tudo o que havíamos planejado e retornar ao Brasil era nossa única opção. Acredite, quando retornamos no início de 2020, foi um momento de muita angústia para nós, pois havíamos gastado muito dinheiro, muito tempo e no final tivemos que voltar da estaca zero.

Bem, assim que retornamos ao Brasil, ambos conseguimos empregos de imediato e, 2 meses e meio depois, o período de quarentena por conta da Covid-19 iniciou. Então a ficha caiu; a Europa seria um dos piores lugares para nós pelo fato de que muito provavelmente estaríamos sem emprego por conta da quarentena e gastando o resto do nosso dinheiro. Estaríamos, com toda certeza, em uma situação bem difícil na Irlanda.

Durante todos esses acontecimentos, as minhas reações eram de desespero, muita ansiedade e, muitas vezes, taquicardia. Quando percebi que meu mundo era controlado por minhas emoções, entendi que precisava me conhecer melhor e aprender a arte do autocontrole. E foi no estoicismo que encontrei paz para minha alma.

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